segunda-feira, 21 de maio de 2012

sábado, 19 de maio de 2012

"Ponte reciclável" vira atração turística temporária em açude de Campina Grande (PB)

Valéria Sinésio
Do UOL, em João Pessoa


  • Visitantes atravessam ponte construída com 8.000 garrafas PET em Campina Grande (PB)
  • Visitantes atravessam ponte construída com 8.000 garrafas PET em Campina Grande (PB)
Uma ponte de 147 metros de extensão e construída quase inteiramente com garrafas PET (de plástico) mudou o cenário do Açude Velho, um dos principais cartões postais de Campina Grande (132 km de João Pessoa). Para construí-la foram necessárias 8.000 garrafas PET, arrecadadas por alunos de escolas públicas, por uma empresa de reciclagem de lixo e por catadores de lixo. O projeto foi uma iniciativa do Coletivo Mídias, grupo que realiza intervenções artísticas em espaços urbanos com o objetivo de resgatar a história local. Nesse caso, chamar a atenção da população para a necessidade de revitalização do Açude Velho.
Desde que foi inaugurada, no último dia 13, cerca de 300 pessoas atravessaram por ela diariamente, com supervisão do Corpo de Bombeiros. Ali não é permitida a passagem de crianças. Antes de ser aberta à visitação, a obra foi inspecionada pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura da Paraíba (Crea-PB).
Turistas e estudantes de várias escolas de Campina Grande já visitaram a ponte. No local, puderam conhecer um pouco da história do fundador da Casa de Caridade Jesus do Horto, Roldão Mangueira, líder religioso que acreditava no fim do mundo no dia 13 de maio de 1979. Integrantes do Coletivo Mídias fazem palestras e distribuem livrinhos de literatura de cordel contando a história de Roldão.
“Além de despertar a atenção para a importância da preservação, o projeto também tem o intuito de prestar uma homenagem a Roldão Mangueira e explicar ao povo de Campina um pouco de sua história”, afirmou o diretor teatral Nivaldo Rodrigues Filho, que participou ativamente do projeto junto com o artista plástico Jarrier Alves. Quem visita o Açude Velho é convidado a colaborar com o abaixo-assinado que pede a revitalização de suas águas, extremamente poluídas. O documento será entregue ao prefeito Veneziano Vital do Rego (PMDB).
A ponte será fechada neste domingo (20) e depois desmontada, mas o material empregado em sua construção não será descartado. “É importante lembrar que o projeto não termina nesse domingo”, disse Rodrigues. Todo o material será reutilizado. As garrafas PET, por exemplo, serão doadas aos catadores de material reciclável. “A intervenção tem forte apelo social, é uma proposta de vivência que queremos levar ao máximo de pessoas”, afirmou.
O Açude Velho recebe esgotos vindos de vários bairros de Campina Grande, e sua última limpeza, segundo os organizadores, foi realizada há mais de 40 anos. O projeto foi idealizado em 2007 e aprovado um ano depois. A concretização veio com o recebimento de R$ 40 mil, no ano passado, do Fundo de Incentivo à Cultura, do governo estadual.

A construção da ponte

Durante dois meses, sete pessoas trabalharam quase que initerruptamente na pré-montagem das peças em um atelier de Campina Grande. O artista plástico Jarrier Alves disse que a equipe não tinha horário para trabalhar. “Nesse período a dedicação foi total ao projeto. Trabalhamos nos finais de semana, feriado, madrugada, mas valeu a pena o esforço e o cansaço”, afirmou.

No atelier, atenção não faltou aos artistas, afinal, não se tratava de qualquer obra de arte. Após serem amarradas com fitas adesivas, as garrafas foram colocadas na estrutura feita de madeira e alumínio. Quando as peças enfim ficaram prontas, a equipe passou mais dois dias trabalhando na montagem da ponte sob as águas. “Essa foi a fase mais delicada do projeto, mas contamos com a inspeção do Corpo de Bombeiros e do Crea e, ao final, tudo deu certo”, comemorou.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/05/19/ponte-construida-com-garrafas-pet-vira-atracao-em-acude-de-campina-grande-pr.htm

Alimentada pela escassez, "indústria da seca" fatura com a estiagem no Nordeste

Carlos Madeiro
Do UOL, em Tacaratu (PE)
A seca no Nordeste é sempre sinal de sofrimento para o sertanejo. Mas a falta de chuva também movimenta o meio político e o comércio das cidades atingidas pela estiagem. A chamada “indústria da seca” fatura alto com a falta de alimentos para os animais e de água para os moradores.
O exemplo mais conhecido no sertão –e relatado por diversos moradores ao UOL– é o uso político na distribuição dos carros-pipa, marca registrada do assistencialismo simples. Segundo os relatos, alguns políticos visitam as comunidades e se apresentam como “responsáveis” pelo envio da água. Os moradores também reclamam da alta nos preços de serviços e alimentos para os animais.
Foto 56 de 70 - Carros-pipa abastecem veículos no rio São Francisco para abastecer cidades afetadas pela seca em Sergipe Beto Macário/UOL
“A prefeitura nos ajuda muito, nos mandando água por carros-pipa. Às vezes demora, mas sempre vem”, conta a agricultora Maria Gildaci, 66, de Tacaratu (PE), sempre citando que o prefeito é "quem manda" o carro para a sobrevivência dela e da família, que vive em uma pequena casa no sítio Espinheiro.
Falas como a Gildaci, agradecendo os políticos, são comuns, mas a prática está sendo combatida por organizações do semiárido. “Água é um direito, não é dada de favor. Agricultores relatam com frequência que vereadores se apresentam trazendo carros-pipa e que prefeitos estão se utilizando disso para as eleições. Estamos fazendo levantamentos e vamos tentar identificar onde isso está ocorrendo para tomarmos providências”, afirma o coordenador da ASA (Articulação do Semiárido), Naidson Batista.
Para Batista, o uso político da água é histórico no Nordeste, mas vem perdendo força nos últimos anos. “A indústria da seca, na história brasileira, é um instrumento de alguns, em detrimento de outros, para aumento de poder econômico, político ou social de determinado grupos. Embora ela venha perdendo força, não seria possível erradicar uma prática de 400 anos em apenas 10”, afirma.
Segundo o coordenador, os investimentos cobrados, como poços, barragens e cisternas, não foram feitos a contento ao longo dos anos, o que facilitou a política assistencialista. "Isso faz parte da indústria da seca, pois deixa o sertanejo vulnerável, à espera sempre de ações emergenciais."
O diretor do Polo Sindical do Médio São Francisco da Fetape (Federação dos Trabalhadores em Agricultura de Pernambuco), Jorge de Melo, também relata que políticos e fazendeiros ainda se aproveitam da seca para lucrar. “É só começar a escassez de alimentos para ter gente aumentando o preço das coisas. É o que chamam da lei da oferta e procura. Além disso, há um claro uso político, que vem sendo combatido e está enfraquecendo, mas ainda existe no sertão”, diz.
Para tentar reduzir o desvio político da água, o governo de Pernambuco anunciou, na última quarta-feira (16), que os carros-pipa contratados pelo Estado serão equipados com GPS e terão fiscalização dos conselhos de desenvolvimento dos municípios –que ficarão responsáveis por enviar relatórios mensais sobre o cumprimento dos cronogramas.

Mapa mostra as cidades visitadas pelo UOL em quatro Estados

  • Arte UOL

Ganho econômico

Além do uso político, muitos setores da economia também faturam com a venda de produtos. Um dos exemplos é a palma (espécie de cacto que serve de alimento para o gado). Segundo os moradores, o preço da tarefa de palma (equivalente a uma área plantada de 3.053 m²), que antes da estiagem ficava em torno de R$ 1.200, hoje chega a custar até R$ 2.500 em algumas localidades de Alagoas e Sergipe.
“Quem tem sua palma plantada para os seus animais não quer vender. Agora a seca é boa para aqueles que plantam a palma como investimento e estão vendendo mais caro e lucrando muito”, citou o produtor Vilibaldo Pina de Albuquerque, de Batalha (AL).
O carro-pipa também é um negócio rentável. Os preços cobrados pelos “pipeiros” no sertão inflacionaram com a seca. “Existe, e muito, a indústria da seca. Um exemplo: antes, a prefeitura contratava um carro-pipa por R$ 100 para lavar o matadouro. Hoje, para o sujeito trazer a mesma quantidade de água ele obra R$ 200. E olhe que o preço do combustível não subiu e ele pega água no mesmo lugar”, afirma o secretário de Infraestrutura de Batalha (AL), Abelardo Rodrigues de Melo.

Em Sergipe, os investidores estão comprando carros-pipa para ganhar dinheiro. “Hoje, quem tem um dinheiro sobrando está comprando um carro-pipa para distribuir água. Demanda é o que não falta. Aqui estamos precisando de mais, mas não há”, diz o coordenador da Defesa Civil de Poço Redondo (SE), José Carlos Aragão. "E o carro-pipa não é a solução, e só uma política emergencial. Hoje você leva a água, amanhã já precisa de novo. É um investimento de curta duração."
Na cidade sergipana –a mais afetada do Estado, com 15 mil pessoas atingidas pela estiagem--, o movimento de carros-pipa é intenso e atua em diversos setores da economia. Na oficina de Antônio Rodrigues, cresceu a procura por consertos dos caminhões. “Hoje 30% do que faturo é com esses carros. Contratei até uma pessoa para me ajudar, porque a procura é grande e tem caminhão aqui todo dia. Queria não ter mais esse serviço, que aqui chovesse e o povo parasse de sofrer. Mas estou trabalhando dignamente.”

Melhores condições

Para o economista Cícero Péricles, apesar da “indústria da seca” ainda existir, as condições de enfrentamento do sertanejo à seca atual são melhores do que aquelas enfrentadas na última grande estiagem, em 1998.
“Há mais de uma década a política de água obteve ganhos consideráveis pela entrada das cisternas e barragens subterrâneas nos espaços da agricultura familiar, reforçando os antigos instrumentos, como os poços artesianos, tubulares, barreiros, açudes e adutoras. A presença dos órgãos públicos mudou da intervenção exclusivamente assistencialista e emergencial para instituições públicas, com maior capilaridade, municipalizadas, que fazem a cobertura permanente com os programas sociais. A ampliação da Previdência Social no campo, assim como de programas de transferências de renda, a exemplo do Bolsa família, reduziram em muito a pobreza absoluta no meio rural”, afirma o economista.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/05/19/alimentada-pela-escassez-industria-da-seca-fatura-com-a-estiagem-no-nordeste.htm

sábado, 5 de maio de 2012

Super Lua iluminará o céu neste sábado

Publicado em 03.05.2012, às 21h10


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Foto: internet

Do NE10 Com agências
Quem olhar para o céu na noite deste sábado (5) vai achar que a Lua estará maior e mais brilhante. O motivo é um fenômeno astronômico chamado "Super Lua". “A última Lua cheia tão grande e próxima da Terra foi em Março de 1993”, disse à Nasa Geoff Chester, do Observatório Naval dos Estados Unidos, em Washington DC.

O acontecimento é explicado porque no mesmo dia em que tem início a fase de Lua cheia o astro também estará em seu Perigeu, momento em que o satélite natural estará mais próximo da Terra, cerca de 363 mil quilômetros.

Essa proximidade causará a impressão de que a Lua estará bem maior além de 16% mais brilhante do que a média. De acordo com os especialistas, este será o primeiro de seis grandes eventos celestiais que estão previstos para o mês de Maio.

De acordo com a Nasa, quem quiser observar o ponto alto da "Super Lua" terá que ficar atento ao momento em que ela aparecer no horizonte, ou seja, no final da tarde.

Esse evento astronômico vai influenciar a intensidade das marés, em especial no Oceano Atlântico, mas nada que possa trazer algum risco às comunidades costeiras. Confira abaixo o vídeo, em inglês, em que a Nasa explica o fenômeno.

Foto: http://ne10.uol.com.br/canal/cotidiano/ciencia-e-vida/noticia/2012/05/03/super-lua-iluminara-o-ceu-neste-sabado-340747.php

05/05 - Dia Mundial da Higienização das Mãos!

Lavar as mãos salva vidas, lembra a campanha da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Dia Mundial da Higienização das Mãos, hoje, 5 de maio. A organização propõe o Primeiro Desafio Global para a Segurança do Paciente - uma jornada de mobilização para a higienização das mãos, quando hospitais de todo o mundo devem desenvolver atividades para conscientizar profissionais e gestores de saúde, e administradores hospitalares sobre a importância do hábito. A meta de 2010 é a participação de 10 mil hospitais.  O projeto “Salve vidas: limpe suas mãos” contava, até a noite desta terça-feira (4), com a participação de 8.173 hospitais e centros de saúde em 138 países, segundo a OMS. Mais de 140 instituições brasileiras se cadastraram na campanha, como o Hospital Infantil Albert Sabin, em Fortaleza, o Albert Einstein, em São Paulo, e vão realizar atividades internas e para os pacientes.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disponibiliza um site com mais informações sobre o desafio. Em março deste ano, a Secretaria Estadual de Saúde lançou a campanha "Afaste os bichos, lave as mãos", ainda em veiculação, que chama a atenção especialmente para a prevenção da gripe (tanto a comum como a H1N1), ao mostrar que as mãos são grandes portadoras de germes e bactérias.
O simples gesto de higienizar as mãos corretamente com água e sabão pode evitar doenças como diarreia e gripe, entre outras. E  promove a segurança de pacientes, profissionais e demais usuários dos serviços de saúde. 
Veja as recomendações da OMS:

- use a quantidade de sabão suficiente para que a espuma cubra toda a superfície das mãos;
- dedique 15-20 segundos só no ato de esfregar; o ritual completo deve durar cerca de 50 segundos;
- capriche na limpeza do espaço entre os dedos; esfregue também o dorso e o punho;
- seque com toalha descartável (em ambientes coletivos);
- se a torneira não for automática, use a tolha de papel para fechá-la, ou lave também a torneira antes de lavar as mãos.


05/05 - Dia Nacional das Comunicações

Marechal Cândido Rondon - PATRONO DAS COMUNICAÇÕES NO BRASIL

Comunicar é o ato de trocar conhecimentos, divulgar uma ideia, notícia ou informação, tornando outras pessoas cientes de um determinado assunto.
Para que aconteça a comunicação, é preciso que existam três elementos essenciais: um emissor, um receptor e a mensagem a ser transmitida. Durante a conversa as pessoas trocam os papéis, passam de emissores para receptores o tempo todo.
Um dos elementos principais para a comunicação foi a invenção de Gran Bell, o telefone. Antes dele, as pessoas enviavam mensagens através de cartas ou de mensageiros, essas demoravam muito para chegar.

O Dia Nacional das Comunicações, foi criado em 1971 em homenagem ao Marechal Cândido Rondon “que levou as comunicações e o atendimento aos mais recônditos e distantes pontos do país, assegurando a união dos brasileiros”.

Cândido Mariano da Silva Rondon, nasceu em Mimoso, próximo a Cuiabá, em Mato Grosso. Sua primeira missão importante, como Engenheiro Militar e Bacharel em Matemática e Ciências Físicas e Naturais, pela Escola Superior de Guerra do Brasil, onde posteriormente atuou como professor de Astronomia e Mecânica, foi a de ajudante do General Gomes Carneiro, na construção da linha telegráfica de Cuiabá ao Araguaia. Em três meses foram estendidos 514 quilômetros de linhas telegráficas. Foi nessa ocasião que se viu atraído pela situação dos nossos índios.
Concluída a missão, foi convocado para o Rio de Janeiro. Pouco depois, embarcava para Cuiabá. Mais tarde continuava na sua lida de estender fios telegráficos e, ao mesmo tempo, tentar aproximar-se das tribos selvagens. De 1900 a 1906, foram estendidos 1.746.813 metros de fios telegráficos, no sertão de Mato Grosso. Graças aos seus esforços, e à sua boa vontade, os índios Terena e Quiniquinau, nas margens do Aquidauana, tiveram restituídas suas terras.
Como os índios eram geralmente atacados, como inimigos, Rondon criou e adotou o lema seguinte, nos seus contatos com os indígenas: “Morrer, se necessário for, matar, nunca”.
Em 1907, foi criada a Comissão Construtora de Linhas Telegráficas de Mato Grosso ao Amazonas, tendo Rondon sido nomeado seu chefe. A finalidade era ligar aos centros do país à capital do território do Acre. Conseguiu a pacificação de várias tribos: Nhambiquara, Urimi, Kepiquiri, Caripuna, Apiacá, Arioqueme, Tacuetê etc.
Rondon mostrou-se sempre, em todas as circunstâncias, destemido, defensor dos índios. Sua ação era enaltecida dentro e fora do Brasil.
Teodoro Roosevelt, que teve Rondon como companheiro, numa expedição pelos sertões do Mato Grosso, escreveu depois: “O Coronel Rondon tem, como homem, todas as virtudes de um sacerdote: é um puritano de uma perfeição imaginável, na época moderna; e como profissional, é tão cientista, tão grande é seu conjunto de conhecimentos, que se pode considerar um sábio...”
Em 1930, foi reformado no posto que ocupava, o General da Divisão. Mais tarde, recebeu, por lei especial a insígnia de Marechal.
Várias homenagens foram prestadas ao Marechal Rondon. Seu nome foi dado ao novo Estado que se chama Rondônia; o diploma de “Civilizador dos Sertões” foi-lhe conferido pelo IBGE, em 1939. Seu nome foi inscrito no livro aberto aos visitantes da Sociedade Geográfica de Nova York, onde figuram apenas quatro nomes:
AMUNDSEN – o descobridor do Pólo Norte;
PEARRY – o descobridor do Pólo Sul;
CHARCOT – o explorador que penetrou mais profundamente em terras antárticas;
RONDON – o explorador que penetrou mais profundamente em terras tropicais.
Destacando-se pelos feitos e por seu espírito patriota e humanista foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz, em 1957.
O decreto nº 51.190 de 26 de abril de 1963, proclamou-o PATRONO DA ARMA DE COMUNICAÇÕES DO EXÉRCITO.

Fontes:
http://www.brasilescola.com/datacomemorativas/dia-nacional-internacional-comunicacoes.htm

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Gene explica loiros nativos das Ilhas Salomão, no Pacífico Sul.

Com pele escura e cabelos aloirados, os nativos das Ilhas Salomão, no Pacífico Sul, têm um gene raro que, ao contrário do que se poderia pensar, não resultou da miscigenação com os europeus, afirmaram cientistas em um estudo publicado na última quinta-feira (3).
Os visitantes do arquipélago costumam supor que os cabelos claros dos nativos melanésios resultaram de mestiçagens antigas com comerciantes europeus, enquanto os locais costumam atribuir seus cachos dourados a uma dieta rica em peixe ou à exposição constante ao sol.
Mas a razão pela qual de 5% a 10% dos insulares são loiros seria puramente genética: um gene denominado TYRP1, que os nativos das Ilhas Salomão possuem, mas os europeus não, revelou um estudo publicado na revista científica Science.
"Sendo assim, a característica humana do cabelo loiro surgiu de forma independente na Oceania Equatorial. Isto é inesperado e fascinante", afirmou o principal autor do estudo, Eimear Kenny, aluno de pós-doutorado da Universidade de Stanford, na Califórnia.
Os cientistas ganharam a confiança de um líder local e coletaram dados de 1.000 pessoas, inclusive sobre cor dos cabelos e dos olhos, pressão sanguínea, altura e peso, bem como amostras de saliva para exames de DNA.
As análises laboratoriais em amostras de 43 nativos de cabelos loiros e 42 de cabelos escuros começaram em setembro de 2010 e "no prazo de uma semana, tivemos nosso resultado inicial", afirmou Kenny.
"A seta apontou de forma tão contundente para um único gene, que seria possível pendurar o chapéu nela. Isto raramente acontece com a ciência", acrescentou.
A ideia de estudar a genética da população foi do co-autor do estudo, Sean Myles, um ex-aluno de pós-doutorado de Stanford, que agora é professor assistente da Nova Scotia Agricultural College, após uma viagem às ilhas em 2004.
"Eles têm a pele muito escura e o cabelo loiro. É intrigante", disse Myles.
Carlos Bustamante, outro co-autor da pesquisa, professor de genética em Stanford, disse ela aponta para a necessidade de se investigar mais os genomas de populações pouco estudadas.
"Uma vez que a maioria dos estudos sobre genética humana inclui apenas participantes de origem europeia, podemos ter uma visão muito tendenciosa de quais genes e mutações influenciam os traços que investigamos", explicou Bustamante.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/afp/2012/05/04/gene-e-nao-miscigenacao-explica-loiros-nativos-das-ilhas-salomao.htm

Geleiras da Groelândia derretem mais devagar, diz estudo.

  • Eric Rignot/Nasa/JPL
    Geleira Store, na Groenlândia; a elevação do nível do mar seria menos pronunciada do que o previsto Geleira Store, na Groenlândia; a elevação do nível do mar seria menos pronunciada do que o previsto

Um estudo realizado ao longo de dez anos sobre as geleiras da Groenlândia sugere que elas podem estar derretendo mais lentamente do que se pensava, e sendo assim, a elevação do nível do mar seria menos pronunciada do que o previsto nos piores cenários, segundo estudo divulgado na última quinta-feira (3).

A rapidez no derretimento das geleiras depende, em grande medida, da rapidez com que estes se movem, demonstrou a pesquisa publicada na revista Science, que mostra que este fenômeno levaria a um aumento de 0,8 metros do nível do mar em 2100 e não de dois metros, como alguns cientistas afirmaram anteriormente.

Os cientistas examinaram dados coletados entre 2000 e 2011 de satélite de Canadá, Alemanha e Japão, e descobriram que as maiores geleiras da Groenlândia, que terminam em terra firme, se movem mais lentamente, entre 9 e 100 metros por ano.

As geleiras que terminaram em plataformas de gelo se movem mais rapidamente, de 305 metros a 1,6 quilômetro por ano.

"Até agora, estamos vendo um aumento da velocidade, em média, de cerca de 30% em 10 anos", disse a principal autora do estudo, Twila Moon, doutoranda da Universidade de Washington.

As geleiras que se movem mais rapidamente liberam mais gelo e água de degelo nos oceanos do que os que se movem lentamente.

Moon decidiu fazer seu estudo em face da grande variação das estimativas anteriores sobre a velocidade de derretimento das geleiras da Groenlândia, que calculam de 10 a 48 centímetros de aumento no nível do mar até 2100.

Segundo ela, uma boa compreensão do que acontece é necessária para entender os efeitos das mudanças climáticas.

No entanto, embora o estudo tenha esclarecido como as geleiras se movem e derretem segundo diferentes velocidades, ainda restam muitas perguntas sobre como isto pode afetar o nível do mar nas décadas futuras.

"Faz-se a advertência de que um estudo de 10 anos é muito breve para entender realmente o comportamento a longo prazo", argumentou o co-autor do estudo, Ian Howat, professor assistente da Ohio State University.

"Assim, poderiam ocorrer eventos futuros - pontos de inflexão - que fariam com que a velocidade (de derretimento) das geleiras continuasse aumentando", acrescentou.

"Ou talvez algumas das grandes geleiras no norte da Groenlândia, que ainda não mostraram nenhuma mudança, comecem a acelerar sua velocidade (de derretimento), o que aumentaria a taxa de elevação do nível do mar", informou.

A pesquisa foi financiada pela agência espacial americana (Nasa) e pela Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/afp/2012/05/04/geleiras-da-groenlandia-derretem-mais-devagar-detecta-estudo.htm

terça-feira, 1 de maio de 2012