domingo, 16 de outubro de 2011

Brasil terá em 2012 quarto maior banco genético do mundo

Para Embrapa, a criação do banco é uma questão de segurança nacional, e deve garantir a capacidade de produzir alimentos para a população

O Brasil terá, em 2012, um dos maiores bancos genéticos do mundo para estoque de sementes e diversidade de alimentos. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) investirá R$ 10 milhões no banco genético. Atualmente, a estrutura da instituição é 4 vezes menor do que a pretendida.
Durante viagem à Europa com a presidente Dilma Rousseff, o presidente da Embrapa, Pedro Antonio Arraes Pereira, declarou que a criação do banco é uma questão de segurança nacional, tanto economicamente como para garantir a capacidade de produzir alimentos para a população.
Hoje, a Embrapa guarda 200 mil espécies de sementes, plantas e informações em sua unidade conservadora de material genético – o germoplasma. Com o aumento da estrutura, o Brasil será o quarto país com o maior banco genético do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, Europa e China.
De acordo com o presidente da Embrapa, a ampliação do reservatório genético dará ao Brasil garantias para enfrentar eventuais surtos de novas doenças. Os recursos genéticos podem ficar até cem anos em estoque.
Gigante da exportação
O Brasil tem um lugar de destaque na exportação agrícola: é o terceiro maior exportador, perdendo apenas para Estados Unidos e União Europeia. Pela previsão da Embrapa, a produção de alimentos terá que dobrar até 2030 para abastecer o mercado mundial. Já o mercado interno terá que ser reforçado para o combate à pobreza, que exigirá um consumo cada vez maior. Assim, a proteção da riqueza agrícola é primordial para o país.
Além da construção de novos reservatórios de recursos genéticos, a Embrapa pretende desenvolver espécies mais produtivas em termos energéticos, com atenção especial à cana-de-açúcar. A proteção contra pragas também é uma meta. Onze espécies de canas serão trazidas dos Estados Unidos para o Brasil.
A troca de informações deve acontecer também com a China. A intenção é a abertura de um laboratório no país asiático, para trazer ao Brasil resultados de pesquisas genéticas sobre a soja. Com origem na China, a soja é outro foco de atenção para a Embrapa, que tem o objetivo de desenvolver sementes mais resistentes.
Segundo Pereira, o que dificulta o compartilhamento de dados genéticos com outros países é a própria postura do Brasil. Para ele, o Brasil deveria mostrar mais acessibilidade e interesse em compartilhar informações. Ele critica a classe política, que é contrária à troca de experiências com parceiros estrangeiros. De acordo com Pereira, os políticos contrários à abertura dos bancos genéticos brasileiros alegam defesa da soberania nacional, o que para ele, soa como proteccionismo.
A multiplicação do reservatório de recursos genéticos é uma estratégia de internacionalização da Embrapa. Nos últimos cinco anos, a verba destinada a apoiar atividades no exterior duplicou. Cerca de US$ 2 milhões por ano são utilizados para manter projetos e escritórios no exterior. A empresa é um importante braço cientifico da diplomacia brasileira, porém, não conseguiu do Executivo a aprovação de uma legislação que internacionalize a Embrapa.
Fonte: http://opiniaoenoticia.com.br/vida/ciencia/brasil-tera-em-2012-quarto-maior-banco-genetico-do-mundo/

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